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A educação corporativa na "gringa"


Vivemos no mundo “vuca”, ou seja, Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo, por isso, a capacitação contínua dos colaboradores, torna-se um elemento essencial de competitividade para as organizações, tornando o setor de Educação Corporativa, um fator estratégico.

Desta forma, diante de um mercado em constante transformação, é preciso que os profissionais atuantes na área estejam atentos aos cenários e ações nacionais e internacionais, e é isso que você verá nesta leitura.

Você tem percebido que as transformações digitais estão impactando a sociedade e consequentemente a forma de promover a educação?

Josh Bersin, Consultor e Especialista em RH e Recursos Tecnológicos da Delloite - USA - em entrevista para revista Forbes, afirma que “estamos nos estágios iniciais de uma grande ruptura”, de acordo com sua ampla vivência no setor, as empresas, estão lutando para criar uma experiência de "aprendizado digital". Se referindo um cenário mundial que caminha nesta direção.

Ele relata que organizações como IBM, Sears e Visa estão começando a desativar seus sistemas antigos e a construir uma nova geração de infraestrutura de aprendizado que mais se parece com uma "rede de aprendizado", que através da Inteligência Artificial é possível recomendar materiais de treinamento com base em seu trabalho e experiência e aprendizado anterior.

Neste sentido, vemos que a Educação corporativa caminha para a diminuição dos treinamentos formais, uma vez que aumentam, a cada ano, os recursos tecnológicos para suportar treinamentos informais.

Este é o caso de uma das maiores empresas de consultoria do mundo, com sede em diversos países. Conversando com a Especialista em Treinamento e Desenvolvimento da sede Espanhola, ela nos conta do sucesso da implantação do aplicativo “Digital learning Fitness App”, que une Micro-elearning e estratégias de gamificação. Nele os funcionários encontram vídeos e artigos curtos seguindo o modelo de Micro Learning, possibilitando o aprendizado "on going".

Quanto mais conteúdo é visualizado, mais pontos são ganhos, incluindo passagem de fases T2RQ se fosse um game. No App são oferecidos diversos temas através de Podcasts, vídeos de até 5 minutos de duração, além de artigos, infográficos, dentre outros. O profissional decide, que horas, onde e o que ele deseja aprender.

Porém, para promover a realização de ações educativas mais inovadoras e mediadas pelas tecnologias, é necessário investimento por parte das empresas, não é mesmo?

Acredito que sua resposta tenha sido SIM.

Desta forma ao buscar outras experiências em um contexto global, é possível vislumbrar algumas direções e experiências como exemplo de empresas Espanholas que utilizam o modelo de formação empresarial programada, financiada através de um sistema de crédito fornecido pelo governo chamado “Bonificación Anual para Formación”, traduzindo, Crédito bonificado anual para formação.

O que é: Todas as empresas registradas na Espanha e que pagam Seguridad Social (INSS) de seus funcionários, têm direito a devolução de uma parte do valor pago para utilização em ações de capacitação. Esses bônus foram criados para responder às atividades de treinamento das empresas e, por sua vez, às necessidades específicas de cada um de seus funcionários para seu desenvolvimento profissional.

Como funciona: As empresas preenchem cadastro na FUNDAE, Fundación Estatal para la Formación en el Empleo, e solicitam seu crédito, o valor do crédito dependerá do número de funcionários, assim, quanto maior a quantidade de funcionários maior a porcentagem de devolução sobre o valor pago no seguro social. Após cadastro as empresas já podem realizar ações educacionais utilizando o crédito.

O que pode ser contratado com o crédito: Podem ser contratados, instrutores para realização de treinamentos “On the job”, palestras e também vagas individuais em cursos/treinamentos externos.

Como é feita a solicitação: As empresas devem comunicar a Fundae, quais instrutores ou treinamentos estão contratando, a quantidade de colaboradores que serão beneficiados e o valor do crédito que desejam utilizar para cada ação. A empresa paga pela formação e após sua conclusão o dinheiro é reembolsado.

Benefícios: As empresas podem investir em treinamento e desenvolvimento sem comprometer seu orçamento. Possibilita que os trabalhadores e seus supervisores se reúnam para planejar sua formação, tornando o colaborador mais comprometido e protagonistas de seu aprendizado.

Resultados: Os funcionários demonstram sua autonomia e proatividade selecionando, na maior parte, para si mesmos as formações que melhor atendem às suas necessidades. No entanto, as empresas ainda exigem que seus funcionários façam certos cursos de treinamento de forma obrigatória de acordo com seu planejamento estratégico.

Na Espanha é muito comum a contratação de consultorias de formação para execução das capacitações através da bonificação.Elas são especializadas no fornecimento de soluções educacionais personalizadas e também possuem um amplo catálogo de cursos online e presenciais, possibilitando que o funcionário possa solicitar a empresa realização de cursos de acordo com suas necessidade de formação.

Estas consultorias estão na busca constante de metodologias e ferramentas digitais inovadoras para conquista de novos contratos, por isso, elas acabam sendo as protagonistas na formação corporativa.

E aí o que você achou deste modelo, será que funcionaria para realidade brasileira?

Aline Ferreira Benet

Educação Corporativa, Design Instrucional, Mentoria em Tecnologias Educacionais

Referências:

Revista Forbes

Foco Consultores

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